segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Hoje...



Hoje estou meio chateado. Sei lá o que se passa. Vez ou outra eu me pego pensando nessa coisa maluca de planejar o futuro, olhar adiante, buscar o horizonte. Acabo me dando conta de que somos tão volúveis, e que o próprio destino é volúvel. Traçamos metas, fazemos planos... e quem pode garantir que tudo se cumprirá? Não sei. Só Deus. Acontece que faz parte da sapiência divina não nos revelar o “amanhã”. Deixar que ele esteja atrelado ao nosso “hoje”. Talvez seja esse o motivo da minha chateação: o peso da responsabilidade. Quando nos damos conta de que ser feliz depende da gente mais do que qualquer outra pessoa, ou coisa, não é o sentimento de liberdade que se sobrepõe. Mas o do desafio de como lidar com essa liberdade. Os hebreus ficaram errantes no deserto por 40 anos após serem libertados das mãos do Faraó. E reclamavam que tinham saudades da escravidão. Tempo onde a comida e o pouso eram certos. Ter que ir atrás daquilo que queremos por nossos próprios esforços deprime, sim. Hipócrita o que diz que não. Tem dias em que tudo parece inalcançável, longe, impossível. Mas, ao mesmo tempo em que escrevo isso, eu me lembro do quanto já andei pra chegar até aqui. Já andei mais do que esperava andar, já percorri uma longa estrada. E acredito que chegar lá é ter os olhos no final sem deixar de calcar os pés no começo. Não importa o tempo, não importa a hora, e não importa o cansaço. O importante é chegar.
Sei que quase ninguém lê isso, mas ainda assim peço desculpas pelo desabafo. Quando as pessoas me fogem eu me conforto nas palavras. Pô-las pra fora de alguma maneira, é sempre uma forma de dar de si. Mesmo que não se tenha muito o que dar em dias como esse. Ainda sim continuo sendo eu.