sexta-feira, 27 de junho de 2008

Drão!!


Ainda sigo meloso. Abobado por "certas canções" que, como diria Tunai, "cabem tão dentro de mim que perguntar carece: 'como não fui eu que fiz?'". Deixemos que os monstros da música falem por nós.
Dessa vez Gil é o porta-voz. E eu o ouço como se ele tivesse acabado de compor para Sandra, ex-esposa apelidada de Sandrão, e chamada por ele de "Drão".

Penso que essa é a beleza da música bem feita: Embora composta num determinado tempo, contexto, cenário, se torna atemporal, subjetiva, posse de quem ouve. Hoje é minha sem, no entanto, deixar de ser dele. Sabe-se lá quantos outros se apossam dela? Também não importa. Posto abaixo a música do velho baiano que traduz sentimentos tão meus.

Drão, o amor da gente é como um grão

Uma semente de ilusão

Tem que morrer pra germinar

Plantar n'algum lugar

Ressucitar no chão, nossa semeadura

Quem poderá fazer, aquele amor morrer, nossa caminha dura?

Dura caminhada, pela estrada afora


Drão não pense na separação

Não despedace o coração

O verdadeiro amor é vão

Entende-se infinito, imenso monolito, nossa arquitetura

Quem poderá fazer, aquele amor morrer, nossa caminha dura?

Cama de tatame pela noite escura


Drão os meninos são todos sãos

Os pecados são todos meus

Deus sabe a minha confissão, não há o que perdoar

Por isso mesmo é que há De haver mais compaixão

Quem poderá fazer, aquele amor morrer, se o amor é como um grão?

Morre nasce trigo... vive morre pão... Drão!!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Hoje é dia...



Hoje é dia dos namorados. Para os solteiros, como eu, nada muda na ordem do dia. Acordei cedo, trabalhei, e assim que postar esse texto vou dormir. Os jornais vomitam reportagens sobre presentes, alimentos afrodisíacos, loucuras de amor. Não satisfeitos com a nossa depressão solitária, mostram também histórias de casais que se conheceram através da internet, desde a infância, ou depois dos 70 anos. Quem sabe eu não sonhe com uma namorada? Quem sabe eu namore um sonho?
Brincadeiras à parte, hoje é dia de promover o conhecimento. Afinal de contas namoro é isso. O processo de conhecer o outro e de aprender a lidar com os limites, defeitos, crescer junto. É a amizade criando asas e alçando vôo até as alturas. É a bobeira mais deliciosa do mundo.
Ah! Quem sou eu pra falar disso? Como diz minha nobre amiga Aline Brasil: "se é para conhecer, vamos conhecer a nós mesmos". É Sócrates tomando o lugar do cupido.
Um feliz dia dos namorados para os pombinhos apaixonados!

Eu, como já disse, assim que postar esse texo, vou dormir!!!

terça-feira, 10 de junho de 2008


O acaso é um jeito criativo que Deus tem de providenciar as coisas. É a beleza discreta, mas óbvia. Não percebe-lo e não vivenciá-lo é um desperdício, quase que um pecado. É nisso que venho pensando ultimamente. Que às vezes enterramos o que está vivo para que o dia-a-dia se encarregue de matá-lo. Somos assassinos de oportunidades.
O “acaso” nos põe a pessoa certa, do jeito certo, na hora certa. E nos falta a sacada para ver o que está diante dos nossos olhos. É a cegueira de quem enxerga quilômetros adiante sem a sensibilidade de ver o que está a um palmo de nós. O “acaso” não me protegeu enquanto eu andava distraído.
Será que ainda há tempo?
E se eu insistir? Pedir? Explicar que minha cegueira era a carência travestida de orgulho? Há chances de se conseguir algo?
Acredito que, na medida em que crescemos, deixamos de esconder certos sentimentos. Sobretudo aqueles que nos mostram quem somos, ou o que somos. Chega uma hora em que nos preocupamos apenas em vivê-los. E é bom que seja assim. Hoje é isso que eu quero. Acho que essa é a lógica do verdadeiro afeto, carinho, amor.. algo que se vive sentindo... ou que se sente vivendo.