Ainda sigo meloso. Abobado por "certas canções" que, como diria Tunai, "cabem tão dentro de mim que perguntar carece: 'como não fui eu que fiz?'". Deixemos que os monstros da música falem por nós.
Dessa vez Gil é o porta-voz. E eu o ouço como se ele tivesse acabado de compor para Sandra, ex-esposa apelidada de Sandrão, e chamada por ele de "Drão".
Penso que essa é a beleza da música bem feita: Embora composta num determinado tempo, contexto, cenário, se torna atemporal, subjetiva, posse de quem ouve. Hoje é minha sem, no entanto, deixar de ser dele. Sabe-se lá quantos outros se apossam dela? Também não importa. Posto abaixo a música do velho baiano que traduz sentimentos tão meus.
Drão, o amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar n'algum lugar
Ressucitar no chão, nossa semeadura
Quem poderá fazer, aquele amor morrer, nossa caminha dura?
Dura caminhada, pela estrada afora
Drão não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Entende-se infinito, imenso monolito, nossa arquitetura
Quem poderá fazer, aquele amor morrer, nossa caminha dura?
Cama de tatame pela noite escura
Drão os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão, não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há De haver mais compaixão
Quem poderá fazer, aquele amor morrer, se o amor é como um grão?
Morre nasce trigo... vive morre pão... Drão!!
Um comentário:
o poeta, em meio à dores, dà à luz a poesia, cujos versos depois de gerados podem ser embalados por qualquer colo de quem aspira o amor...
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