quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Na calçada da vida...

Sentada na escada, em plena quarta-feira à noite, ela olha para a rua. Na calçada que dá acesso ao apartamento onde ela mora o “vai e vem” de pessoas repete o “vai e vem” de lembranças que passeiam dentro dela. Enquanto os olhos vêem fora, o coração sente dentro. A moça sente saudades.
Há anos ela saiu de Novo Mundo em busca de um mundo novo. Descobriu cedo que, na vida, são raros os que se realizam sem correr atrás daquilo que querem. Que não se pode esperar que os sonhos venham até nós. Normalmente eles adoram ser perseguidos.
Talvez seja assim que ela enxergue a vida. Como uma grande pista onde não fazemos outra coisa a não ser correr para chegarmos ao final.
O fato é que durante o percurso, é impossível não sentir saudades do tempo de preparação. Daqueles que nos treinam para essa maratona. Daquelas pessoas que nos enchem de carinho, amor, valores... itens essenciais para que sejamos eficientes nessa empreitada. Saudade também é isso: um sinal de que há amor em nós.


A moça sabe disso. Está ciente de que, apesar da saudade, é preciso seguir em frente.


Sentar na escada é apenas um descanso. Às vezes, é necessário. É como uma pausa na partitura, que deixa claro que a música ainda não acabou.
Por isso, se eu pudesse dizer alguma coisa para essa moça que sente saudade dos tempos em que era menina, eu repetiria as frases que Nelsinho Corrêa costuma cantar: “Só se tem saudade do que é bom. Se chorei de saudade não foi por fraqueza. Foi por que amei!!!”.

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