
E o irmão que sofre
A mão do pobre
Pede pelo que está dentro: em seu cofre
É a democracia...
A diferença dos “ iguais”
Que também querem ser diferentes
Pois a igualdade é desigual
E os homens afirmam: são sensatos
O pai que acorda cedo, esfomeado e com medo
Vez ou outra, em segredo
Se alimenta do temor
É o grito dos “sem-voz”
Que não vêem um “logo após”
Que não vêem um depois
E os homens afirmam: são sensatos...
E o irmão que morre, logo após o porre
Dessa vida corre
É o suplício dos mendigos
Espancados por “sensatos”
Que mendigam por amor
E os homens afirmam: são sensatos...
A fome de quem chora
A sede de quem dorme
Consolo de quem bebe
O sono de quem come
É a disfunção humana
Irracional, mas humana
Não se ouve a consciência
É o sinal da surdez... insensatez
E os homens afirmam: são sensatos
Suicidas omissos
Que defendem a vida
Esquecendo o viver
É a disfunção insana
Do homem, mas insana
Não se enxerga a conseqüência
É o sinal da cegueira... bobeira
Mas os homens afirmam: são sensatos
É o sinal da hipocrisia... insensatez
Nenhum comentário:
Postar um comentário