quinta-feira, 28 de maio de 2009

Vivendo...

Perceba que suas atitudes são reflexos de suas expectativas. É uma relação de causa e efeito. Coisa que, certamente, traz transtornos às vezes. Mas... haverá uma maneira de se acabar com isso quando a situação não for conveniente? Talvez. Deixar de ter expectativas, por exemplo, seria uma forma de anular o efeito cancelando a causa. Um jeito meio "oriental" de se pensar. Os budistas acreditam que todo sofrimento vem do desejo. Pergunte a eles como parar de sofrer e responderão prontamente:
-Oras... deixe de desejar!!!
Dizem eles que funciona! Agora se vale a pena eu não sei. Melhor não criar expectativas.
Tudo que sei é que nem sempre o erro está nos outros... Mas naquilo que esperamos deles!!!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Passado... presente... futuro...

Perceba que aqueles que se tornam escravos do passado, se apavoram com o futuro e ignoram o presente. Esquecem-se de que o Passado não tem por hábito visitar nossa sala de estar sem que o convidemos. Mas, uma vez acomodado, de lá não sai sem que o retiremos. Nem tudo que já vivemos na vida é bem-vindo na mesa do Agora. Há fatos que tiram o apetite do momento, insistem em chamar a atenção para si. Querem permanecer e reger a história como se ela não precise ir adiante. Nos fazem perder tempo.
É preciso ter consciência de que o Futuro está atrelado ao Agora. Tudo o que eu tenho está no Hoje. Esquecê-lo para ruminar as mágoas vividas e tentar, em vão, antecipar as vindouras é um convite à apatia e uma convocação à depressão. O presente é o único tempo a se conjugar de maneira efetiva na vida.
É uma questão de foco, de maturidade. E dentre outras coisas, a maturidade consiste em saber que mudar o rumo da minha história depende de mim. E que só disponho do hoje para fazer isso.

sábado, 16 de maio de 2009

vida...

E a vida segue com um certo excesso de si mesma. Desmedida, intensa, intransigente. Não pensa nos pobres viventes que por ela passam. É bela, mas egoísta.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Negritude...

Hoje as escolas se mobilizam para trazer ao conhecimento dos alunos uma data histórica. Comemora-se a abolição da escravatura. A princesa Isabel é apresentada como um exemplo de fraternidade ao assinar a Lei Áurea e por fim a um período terrível da nossa história: O da escravidão legalizada. Sinceramente nunca vi motivo pra comemorar a data. Historicamente todos sabem que os negros foram libertos porque não poderia ser diferente. Houve pressão de países como a Inglaterra e tudo o mais. Interesses econômicos, e não fraternos, fizeram com que assim fosse. Esses dias recebi um questionário de uma estudante de jornalismo que mora em Londrina. O Trabalho de Conclusão de Curso dela tinha como tema “O Negro no Jornalismo”. Talvez alguém se interesse pelo bate-papo virtual:


1) Conte-me um pouco sobre sua experiência profissional: ( coloque quando se formou, onde (universidade), idade (se possível) e onde trabalha hoje)

Meu nome é Fabiano Augusto de Oliveira Silva. Tenho 24 anos e sou natural de Jacarezinho-PR. Formado pela Faculdade do Norte Pioneiro – FANORPI, de Santo Antônio da Platina, em dezembro de 2006. Em abril de 2007 fui Trainne da Rede Paranaense de Televisão (RPC) em Curitiba. Depois fiz free-lance como repórter para a Editora IBPEX, também de Curitiba. Cobri férias por 3 meses na RPC/Londrina, e há 7 meses sou repórter da RPC em Umuarama.


2) Por que você se interessou pelo jornalismo ?

Sempre gostei muito de história. Mas também sempre gostei de vê-la acontecer no dia-a-dia. Acho que isso faz com que eu goste da definição do jornalista como “historiador do presente”. Gosto do gênero humano, de sua complexidade e da forma como se deixa influenciar pelas novidades do dia-a-dia.

3) Como o Jornalismo contribuiu em sua formação crítica sobre a realidade social do Brasil?

O jornalismo tem me ensinado a ler nas entrelinhas. A “ouvir” aquilo que não é dito, mas que os fatos evidenciam. Num primeiro momento ele me deu um idealismo muito grande quanto ao desejo de justiça, de fiscalizar o poder público para o bem da sociedade. Depois me deixou um tanto descrente, ao perceber que, muitas vezes, a mídia é parte da trama que faz com que as coisas estejam como estão. Finalmente, num terceiro momento, concluí que sem idealismo a profissão de jornalista perderia sua razão de ser.


4) Você teve alguma dificuldade para concluir seus estudos? Qual?

Ah sim!! Até parece clichê, mas houve a dificuldade financeira. Filho de vendedora de loja, doméstica, e desempregado na época em que comecei a fazer a faculdade, o que fiz foi uma aposta com o destino. Consegui terminar a faculdade. Mas o desafio ainda continua.

5) Você já sofreu algum tipo de preconceito, antes ou depois se tornar jornalista? Qual?

Sim. Muitas formas de preconceito ao longo da vida. Curiosamente, na faculdade, eu não dei de cara com o preconceito. Ele era sutil. Não me olhava nos olhos. Eu o percebia na forma como as pessoas se dirigiam a mim, às vezes, quando precisavam discutir a realidade brasileira. Não sabiam como abordar o assunto negritude perto de mim, o único negro da turma. Tinham medo da minha reação. Depois da faculdade, como jornalista, também não vi o preconceito como costumava ver. Às vezes o percebia no receio das pessoas, no olhar desacreditado no fato de você se apresentar como jornalista. Mas eram muito sutis.


6) Você acredita que a cor pode influenciar na posição social do individuo?

Certamente. Em Curitiba, por exemplo, são comuns anúncios que especificam que as candidatas para recepcionistas ou secretárias sejam loiras. Há um estereotipo definido. E o negro, para obter uma posição igual ao do branco, deve possuir uma capacidade muito maior intelectualmente ou comunicativa, pois no quesito cor de pele ele é visto como fora do padrão.


7) Qual a sua opinião sobre a presença do negro na mídia? tanto em participação, quanto na forma como veicula a imagem dele?

Houve uma melhora. Uma melhora longe de ser a ideal, mas houve. Alguns veículos de comunicação parecem acordar aos poucos. Sobretudo no que diz respeito à identidade do Brasil. É possível encontrar jornalistas negros em grandes veículos de comunicação. Atores em papéis que não se resumem aos estereótipos de padre, policial ou doméstica. Mas ainda falta muito. A proporção de negros no Brasil em relação aos negros atuando na mídia ainda não traduz a multiplicidade racial brasileira.

8) Na sua opinião o que justifica a ausência do negro (jornalista) na mídia?

A falta de oportunidades em todos os sentidos. Poderíamos enumerar a educação, a situação financeira do afro-brasileiro, e o próprio preconceito. Não há um fator predominante, uma vez que estão todos ligados um ao outro. Por exemplo, o negro não pode estudar por que é pobre. No meu primeiro ano de faculdade, havia uma negra na sala. Ela precisou sair da faculdade para trabalhar de doméstica no Estado de São Paulo. A falta de referências aos negros também influencia. Alguns possuem uma auto-estima muito baixa. Mas isso não é problema apenas dos negros. E sim das pessoas menos favorecidas, de modo geral.


9) Para você como funciona o preconceito Brasileiro?

No caso do preconceito contra o negro, ele se esconde por trás do mito da Democracia Racial. De um modo geral, ninguém nega a importância do negro na sociedade brasileira. Mas parece haver um consenso de que algumas coisas não são coisas que um negro deva ou possa fazer. É estranho. Nos Estados Unidos, por exemplo, há um racismo evidenciado e declarado. Mas ainda assim parece ser o melhor lugar para um negro viver. O inimigo (o preconceito, no caso) é visível. No Brasil não. Talvez por isso seja comum ver negros passivos, conformados. O medo de lutar colabora para a existência do mito.


10) O que, na sua opinião, pode ser feito para mudar esta realidade?

Tudo começa com uma auto-afirmação. Um amor por si mesmo que, consequentemente, faz com que a luta pela igualdade de condições apareça. Aqui não incluo só o negro. Até porque não podemos pensar que resolver o problema do negro equivale solucionar o problema do Brasil. Incluo os pobres, os idosos, os homossexuais, os indígenas, etc. Sem o conhecimento de si mesmo, de sua história e de seus direitos, nada pode ser feito. Sei que parece um tanto romântico e utópico isso. Mas perceba que onde as coisas são um pouco melhores que aqui, é exatamente isso que acontece.

11) Você acredita que o preconceito pode um dia tornar-se algo do passado?

Acredito que podemos mudar o conceito. O conceito de que o negro é inferior, incapaz. É só o negro parar de se ver assim. Agora, de um modo geral, vejo o preconceito como uma característica do ser humano. A mania de antecipar um perfil daquilo que ainda não conhecemos – que é minha definição de “preconceito” - não acabará jamais.

12) Como você vê a questão de cor (raça) ser uma questão de classificação em vestibulares, por exemplo?

Acho que é dizer sim ao preconceito. É como se o negro não fosse capaz e por isso lhe reservassem uma vaga no banco universitário. Há uma deficiência, sim. Mas ela não é do negro, ela se reflete nele. A deficiência é do sistema. As vagas são reservadas, os negros entram nas faculdades, e o sistema continua deficiente. Em minha opinião é legalizar um racismo às avessas. Uma espécie de hipocrisia histórica.

13) Qual a relevância de estudar a presença do negro nos diversos segmentos da sociedade atual, incluindo a presença do negro no jornalismo?

Antes de tudo o conhecimento. Fica mais difícil fazer de conta que determinada realidade não existe, na medida em que seu conhecimento é disseminado. Depois o conhecimento se torna subsídio para as cobranças. Para a “atividade”. Quanto à presença do negro no jornalismo, isso é excepcional. Pois trata-se de um modo diferente de abordar os fatos sociais. Um modo de perceber o preconceito que muitos desconhecem, simplesmente por não serem negros e não o terem sentido.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

avulso...

Sento-me diante do computador e vou vomitando as palavras. Não escrevo para que comentem, nem para impactar. Escrevo pela simples sensação de desabafo.

É estranho. Mas às vezes eu encontro consolo nas palavras. Um consolo sem dor, uma paz não precedida de conflitos, uma conversa sem voz. O fato de lerem o que escrevo é secundário. Tanto é que pouquíssimas pessoas visitam meu blog. Melhor assim. Também são poucos os que me conhecem.

Escrever é uma forma de permitir que minha alma fique entreaberta. Não quero que ela se feche. Quero que me olhem e possam ter uma noção de quem sou, do que quero, no que acredito. Não deve haver mistérios demais na personalidade humana. Deixar-se conhecer é sublime, é divino.

Enfim... posto no blog para me abster do egoísmo. Ter a si mesmo como finalidade última de tudo é a maior das pobrezas da alma. Quero a riqueza da convivência, o diamante da partilha, o passaporte para o acesso do que sou.

Quero ser eu mesmo sem ter que privar ninguém disso.