terça-feira, 22 de setembro de 2009

40 minutos...

Na cidade de Jacarezinho, norte do Paraná, houve um tempo em que a fé movia montanhas. Hoje isso não acontece mais. É o cronômetro que move a fé.

Por causa da nova gripe foi determinado que as missas tem que ter, no máximo, quarenta minutos de duração. Isso quer dizer que, o fiel que vai pra Igreja com o pensamento na Patrícia Poeta pode ficar tranquilo. Ele vai chegar em casa a tempo até de assistir as vídeos cassetadas e dar boa noite pro Faustão. A ordem de se realizar "missas relâmpagos" fazia parte de um decreto da prefeitura, que já foi revogado. Ainda assim, algumas paróquias continuam seguindo as orientações. Eu não acreditaria se não tivesse visto.

Na catedral o Padre reza a missa como se narrase um jogo de futebol. Em vez de dizer "amém" eu quase gritei "gol". Parte das músicas que se ouvia normalmente, agora foram simplesmente descartadas. Se bem que isso não é de todo ruim. Já que as músicas são as mesmas há 400 anos, o silêncio soa até como acorde de bom grado.

O sermão também encurtou. Nada de muito ensinamento. Agora as palavras formam apenas uma "sinopse" com a idéia central procalamada de domingo a domingo: "Deus não exclui ninguém. Ele ama e acolhe a todos...".

Mas é bom que fique claro. Só Deus pode acolher a todos. As pessoas não podem acolher, nem saudar umas as outras. Isso porque o abraço da paz também é coisa do passado. Afinal, é perigoso você desejar a paz. Corre o risco de transmitir a gripe e o descanso eterno. E também perde-se muito tempo fazendo isso. Afinal, pra que saurdarmos os outros? Não é importante. Ainda assim é preciso tomar cuidado. O ambiente não tem calor humano. Agora o que já era frio ficou gélido. E sabe como é, né? Ficar na friagem pode dar resfriado.

Enfim. Depois dos 40 minutos de Missa, aqueles que não vão pra casa assistir ao Fantástico, se aglomeram todos numa pizzaria, numa lanchonete, ou numa sorveteria. Ficam horas juntos. Nesses lugares o vírus não chega. As pessoas podem ficar ali o tempo que quiserem. O tal do HN1 gosta mesmo é de missa. Mas de missa curta. Passou de 40 minutos o vírus fica nervoso, e sai pegando todo mundo.

Ainda bem que perceberam isso...

Um comentário:

Gi Olliotti disse...

Pura verdade, aqui tbm as missas foram encurtadas, mas já voltaram ao normal. E como se não bastasse a falta de calor humano (o abraço da paz)já não temos mais a comunhão nas duas espécies. Até isso o tal vírus conseguiu.
Inacreditável!